segunda-feira, 19 de maio de 2008

Sexto fichamento:

PAXTON, Robert O. A anatomia do fascismo. São Paulo, Paz e Terra, 2007. Capítulo 7

  • Embora o marco inicial do fascismo seja fácil de ser localizado, o marco final é mais complicado.O fascismo teria acabado?Haveria a possibilidade de um Quarto Reich ou algo equivalente estar sendo planejado?Existiriam condições para que algum tipo de neofascismo viesse a se tornar um agente poderoso o suficiente para exercer influência sobre as políticas de um sistema de governo?

  • A posição mais comum é de que embora o fascismo ainda esteja vivo, as condições que permitiram sua chegada ao poder deixaram de existir. Acontecimentos do pós-guerra como a globalização da economia, o triunfo do consumismo individual e o declínio da disponibilidade da guerra como instrumento político; somados ao horror que o fascismo clássico gerou, seriam suficientes para barrar o ressurgimento de algum tipo de fascismo. Ernst Nolte é o mais notório defensor desta visão. No entanto, acontecimentos da década de 1990 puseram em dúvida essa concepção.

  • Concepção do autor: acreditar ou não na possibilidade da recorrência do fascismo depende do que entende-se por fascismo.Se entendermos o renascimento do fascismo como o surgimento de algum equivalente funcional, e não uma réplica exata dos movimentos no início do século XX, essa recorrência se torna possível.Mas é preciso entendê-la através de uma comparação inteligente da forma como funciona, e não de uma atenção superficial a seus símbolos exteriores.

  • Fascismos pós 1945: Na Alemanha, quando da ocupação dos Aliados, cerca de 15% a 18% da população ainda era favorável ao nazismo.No entanto, a direita radical foi enfraquecida devido à cisões internas.

Na Itália, o Movimento Sociale Italiano (MSI) teve uma existência mais significativa por ser o único herdeiro direto de Mussolini, conseguindo alguns bons resultados diante de ameaças comunistas; entretanto continuou politicamente isolado.

Na França, os colaboradores expurgados da França de Vichy se juntaram aos anticomunistas e aos desiludidos com a fraqueza da Quarta República, incentivados pelos fracassos franceses nas guerras coloniais, principalmente na Argélia; e pela amargura dos pequenos comerciantes e camponeses oprimidos pela modernização urbana e industrial da década de 1950.

Na Grã-Bretanha a estrema direita mobilizou ressentimentos contra a imigração colonial, mas por ser mais abertamente extremista que a maioria, não alcançou sucesso eleitoral.

· Décadas de 1980 e 1990: Seria esperado que os movimentos saudosistas do fascismo diminuíssem com o fim das gerações que apoiaram o fascismo e o fim das principais organizações de extrema direita do pós-guerra; mas as mudanças nas esferas social, econômica e cultural trazidas pela crise do petróleo na década de 1970,com as quais o governos convencionais não souberam lidar, levantaram novas questões e prepararam um novo público uma segunda geração de movimentos e partidos de extrema direita

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